A Liturgia da Palavra: Para um diálogo consciente com Deus que fala – 13ª Parte
13º. Na estrutura da Liturgia da Palavra encontram-se dois elementos que exprimem ativamente a resposta da assembleia a Deus que fala: a Profissão de fé e a Oração universal. Cf. IGMR 67 a 71.
Terminada a homilia, recita-se o Credo nos domingos e dias de festa. Depois de ouvir a Palavra de Deus e sua explicação, que melhor resposta dá uma comunidade do que renovar solenemente o símbolo ou a profissão de fé? De fato, o “Símbolo” que se recita é uma “regra da fé”, através da qual cada fiel exprime a sua pessoal adesão de fé. A fé é da comunidade, da Igreja. Por que então se recita na primeira pessoa? Não seria mais coerente dizer: Cremos? A razão principal do singular vem da origem do Credo, que era recitado pessoalmente pelo catecúmeno antes de receber o batismo. E na liturgia cada um recitando no singular o Credo, manifesta como a fé da comunidade se constrói do entrelaçar da fé de todos na sua singularidade. E quanto mais pessoal for uma fé, mais se enriquece a comunidade.
“símbolo ou profissão de fé, dentro da missa, quando as rubricas o indicam, tem como finalidade que a assembleia reunida dá seu consentimento e sua resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, e traga a sua memória, antes de começar a celebração do mistério da fé na Eucaristia, a norma de sua fé, segundo a forma aprovada pela Igreja” OLM 29.
O Credo define a fé de tal modo que, se alguém se puser fora da definição, se encontra por esta mesma razão excluído daquela fé definida. O Credo é o horizonte dentro do qual se vive a fé.
É fácil, porém, cair no formalismo, repetindo de memória as palavras sem consciência do que é professado. É aconselhável, algumas iniciativas que valorizem a recitação do credo. Por exemplo, quando na festa, na liturgia, na homilia se fala de uma das afirmações de fé contidas na recitação do Credo, convém acenar à própria formulação da fé a ser professada.
Com a oração universal, ou dos fiéis, a assembleia dirige a Deus súplicas pelas necessidades da Igreja e do mundo, como são percebidas pela comunidade local, e responde à Palavra escutada e acolhida.
“Na oração universal, a assembleia dos fiéis, iluminada pela graça de Deus, à qual de certo modo responde, pede normalmente pelas necessidades da Igreja universal e da comunidade local, pela salvação do mundo, pelos que se encontram em qualquer necessidade e por grupos determinados de pessoas. Desta forma, recolhendo o fruto da liturgia da palavra, a assembleia poderá passar mais adequadamente para a liturgia eucarística. O sacerdote preside a oração universal estando na cadeira; e as intenções são enunciadas do púlpito. A assembleia participa da oração de pé, dizendo ou cantando a invocação comum depois de cada intensão, ou então orando em silêncio” OLM 30 e 31.
Deve-se notar que, as orações para as preces da comunidade oferecidas pelo Missal ou Folheto da missa, não pretendem substituir e desestimular aquelas preces próprias da realidade de cada comunidade local.
A resposta ritual da assembleia deve se tornar pessoal e orante.
Para aprofundar
IGMR: n.9 e nn. 33-47 (Liturgia da Palavra)
OLM: nn. 1-10 (Princípios gerais para a celebração litúrgica da palavra de Deus); nn. 11-37 (A celebração da Liturgia da Palavra na Missa); nn. 38-57 (Ofícios e ministérios na celebração da Liturgia da Palavra na Missa).