A Liturgia da Palavra: Para um diálogo consciente com Deus que fala – 3ª Parte
3º. Com excessiva desenvoltura, alguns leitores fazem seguir a leitura da Bíblia na liturgia por uma afirmação categórica: é palavra do Senhor ou são palavras de Deus. A fórmula oficial é bem mais exata e discreta, como desejando que as palavras do cronista, do profeta, da sabedoria, do apóstolo e do evangelista sejam recebidas como “palavra de Deus” ou “do Senhor”. O leitor, portanto, conclui recordando à comunidade de quem são as palavras lidas.
A palavra que Deus nos diz em nosso hoje cultural e existencial, não está tanto no teor literal do texto bíblico quanto na acolhida feita pelo fiel crente no contexto da celebração e da sua vida pessoal e comunitária. De fato, “a Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis” (IGMR 55). Toda esta rica expressão ritual deve ser celebrada, de modo a levar os fiéis a dar ouvidos ao que Deus quer lhes falar no hoje existencial.
A Palavra de Deus resulta dos elementos rituais e da interpretação que os acompanha.