Oração e canto na liturgia – 6ª Parte
6º. Para compreender a estrutura e os temas da Oração Eucarística é importante levar em consideração a fórmula da Oração de bênção judaica (beraká ; em grego, eulogia) da qual deriva aquela da Eucaristia cristã (tôda; em grego, eucharistia).
A palavra de Deus recorda o que o Senhor fez e faz pelo seu povo, suscitando gratidão, mas também arrependimento pela não correspondência às expectativas do Senhor. Daqui a dupla “confissão”: da fé, que proclama as “maravilhas” de Deus, e do arrependimento, que manifesta o pedido de perdão.
Jesus usa uma destas fórmulas de oração de bênção para o seu último banquete pascal com os discípulos, adequando-a à nova situação: “pronunciou a bênção”… “Deu graças” (Mc 14,22-23; Mt 26,26-27); “depois de dar graças” (1Cor 11,23; Lc 22,19). A ordem “fazei isto em memória de mim” compreende tanto os gestos da Ceia com o pão e com o vinho, quanto a oração de bênção e a oração de ação de graças.
Estas fórmulas bíblicas de “oração de bênção” e louvor, articuladas nos dois momentos de recordação (anamnesis) das ações salvíficas de Deus e da invocação (epiclesis) das graças atuais, têm capital importância na liturgia católica, conservando e renovando a antiga tradição.
Ao longo dos tempos, a Igreja formulou várias Orações Eucarísticas, conservando a sua unidade de estrutura e conteúdo, apesar da sua variedade.
Da oração de bênção judaica (beraká) à oração de ação de graças cristã (eucharistia).