Oração e canto na liturgia – 8ª Parte
b) Canto e música nas celebrações
8º. Sentimentos, alegria, fé, esperança, pesar, dor, arrependimento vêem exaltados pelo canto, acompanhado ou não por um instrumento.
Voz individual ou expressão coral, o canto tem a virtude de unir as pessoas, de aproximar os distantes, de ritmar a multidão; é veículo de emoção, mas também de catequese e de fé.
A música instrumental se sintoniza intimamente com o ato humano do canto, reforçando-o e orientando-lhe os significados. Também pelo solo, ela é capaz de oferecer espaço para a meditação, sublinhando os momentos mais intensos e criando o clima mais oportuno para a oração.
Canto e música são, porém, expressões culturais e, por isso, ligados a diferentes contextos. A liturgia, aberta a todas as culturas, estará também aberta aos diversos gêneros e estilos e criará espaço para as diversas expressões da arte. De fato, aquele mesmo Espírito que sabe falar todas as línguas humanas, também sabe servir-se dos mais diversos instrumentos para dar voz à súplica, à alegria e ao louvor dos filhos de Deus.
Mas justamente pela sua grande eficácia, o canto na liturgia é também um momento de grande responsabilidade. Palavra e música devem adaptar-se e conformar-se ao rito que acompanham e do qual são parte integrante. Um mesmo cântico não serve para todos os tempos litúrgicos, nem para cada parte da liturgia.
Coro e instrumentos, no desempenho de suas funções próprias e específicas, devem sentir-se a serviço da assembleia e da celebração, sem subtrair a participação dela e das partes que lhe são próprias. O louvor é do inteiro povo de Deus.
Valor antropológico do canto no culto e sua função na celebração cristã.