Uma ritualidade autêntica e significativa – 7ª Parte
7º- Ninguém, ao dizer – bom dia! – a uma pessoa, imagina explicar o seu sentido, isto é, “estou te dizendo bom dia para manifestar a minha alegria de te encontrar e para te desejar um dia conforme o teu agrado”… . Supõe-se que o outro compreenda o sentido do “bom dia” recebido e corresponda segundo o costume cultural, conformando-se à qualidade da relação existente entre as pessoas que se saúdam.
Assim deveriam ser as ações que se cumprem na liturgia, ao menos aquelas mais usuais e frequentes. Por exemplo, o reunir-se em assembleia, a saudação entre o presidente e os fiéis, o escutar as leituras do Lecionário, o responder ao salmo responsorial, ver o pão e o vinho levados em procissão ao altar e apresentados pelo presidente a Deus. Em relação a estes gestos, os fiéis devem ser familiarizados a reconhecer a mensagem, a dar sentido à própria participação, a exercitar a fé que tais ações rituais exprimem e despertam.
Não se pode enfastiar uma celebração com explicações tais como : “o celebrante nos saudou em nome do Senhor, porque …” ou “nós respondemos desta maneira, porque…”, mas deve-se supor que os significados são conhecidos de todos.
Mesmo quando um elemento ritual é realizado com autenticidade, como, por exemplo, quando a saudação inicial é dirigida com cordial simpatia, e não enquanto se folheia o missal ou o folheto para se encontrar a missa do dia, nem sempre este ato é acolhido com a consciência do seu significado de fé. Por que? Para resultar cristãmente significativa, não basta que uma ação ritual o seja por si mesma e seja realizada com intenção apropriada. É necessário que seja recebida segundo o significado que quer comunicar; isto significa que deve haver nos fiéis uma capacidade interpretativa oportunamente formada. Depois de quatro décadas da reforma litúrgica, ainda não se pode pressupor que todos aqueles que frequentam as missas dominicais, inclusive os ministros das celebrações, tenham tal capacidade.
Educar a assembleia a acolher o significado dos ritos mais comuns.
