3ª Reunião – Qual o meu agir em relação a Deus?
3ª Reunião – Qual o meu agir em relação a Deus?
a. A esse Deus que me criou e vem ao meu encontro, devo amá-lo sobre todas as coisas?
Ao responder a um jovem que lhe fez essa pergunta, Jesus responde: “Se queres entrar para a vida, guarda os mandamentos”. O seguimento de Jesus inclui o cumprimento dos mandamentos revelados por Deus a Moisés e ao seu povo no monte sagrado. Jesus destacou a necessidade de se reconhecer Deus como único, fonte de todo o bem, e resumindo os mandamentos os ampliou à luz da caridade: “E amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 19,16-19).
Lembrando de forma resumida os Dez Mandamentos:
1º. Amar a Deus sobre todas as coisas
2º. Não tomar seu santo nome em vão
3º. Guardar os domingos e festas de guarda
4º. Honrar pai e mãe
5º. Não matar
6º. Não pecar contra a castidade
7º. Não furtar
8º. Não levantar falso testemunho
9º. Não desejar a mulher do próximo
10º. Não cobiçar as coisas alheias
As primeiras dez palavras reveladas a Moisés e a seu povo no monte sagrado foram: “Escuta, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único” (Dt 6,4-5). Jesus deu eco a essas palavras: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22,37).
Amar a Deus sobre todas as coisas, significa não pôr nossas esperanças em nenhum outro Deus e abrange três prescrições: a fé, a esperança e a caridade. Quando se fala de Deus, fala-se de um Deus constante, fiel e justo, por isso aceitamos sua Palavra e nele temos fé e confiança plena. Deus é todo poderoso, clemente e justo, por isso em Deus colocamos todas as nossas esperanças. Contemplando a ternura e a bondade que Deus derrama sobre nós podemos responder à caridade divina por um amor sincero. Desta forma, podemos perceber que o primeiro dos preceitos – amar a Deus sobre todas as coisas – abrange a Fé, a Esperança e a Caridade.
b. Como podemos não amar a Deus?
Nosso dever de fiéis consiste em crer em Deus, dar testemunho dele e rejeitar tudo o que se opõe a ele. Há diversas maneiras de se opor a Deus indo contra as três prescrições: a fé, a esperança e a caridade.
A dúvida, a incredulidade, a heresia (negação consciente de uma verdade de fé), a apostasia (recusa total da fé cristã) e o cisma (separação da Igreja, pela desobediência à autoridade) são formas que nos desviam da nossa fonte que é Deus, nos opondo à fé.
Os pecados contra a esperança são o desespero e a presunção. O desespero opõe-se à bondade de Deus, à sua justiça e à sua misericórdia. E por presunção, o homem espera salvar-se sem a ajuda de Deus, ou espera o perdão de Deus sem a conversão e o mérito.
Os pecados contra a caridade são a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acídia e o ódio a Deus. Todas essas maneiras opõe-se ao amor de Deus e portanto são contrários ao agir cristão.
Amar a Deus sobre todas as coisas abrange ainda três prescrições: “Só a ele prestarás culto”, “Não terás outros deuses diante de mim” e “Não farás para ti imagem esculpida de nada…”. A idolatria e a superstição assim como as diferentes formas de adivinhação e magia são um desvio do culto a Deus, assim como ações de tentar a Deus com atos e palavras.
c. Jesus nos pediu para não usar o nome de Deus em vão?
O nome do Senhor é santo. “Não pronunciareis o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (Ex 20,7). “Eu porém, vos digo: não jureis em hipótese alguma (Mt 5,33-34). Este mandamento refere-se a virtude da religião e ao uso do que fazemos da palavra nas coisas santas.
d. Como tomo seu santo nome em vão?
O segundo mandamento proíbe o abuso do nome de Deus e o juramento falso. Devemos evitar todo uso inconveniente do nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e de todos os santos. A blasfêmia, que consiste proferir palavras de ódio, ofensas e desafio a Deus, as pragas e o uso mágico do nome de Deus são modos que faltam com o devido respeito a Deus. E o juramento falso em nome de Deus invoca Deus como testemunha de uma mentira. O perjúrio, que é uma promessa feita sob juramento sem a intenção de cumpri-la, é falta grave contra Deus.
e. Precisamos guardar um pouco do nosso tempo para Deus.
“O sétimo dia é sábado; repouso absoluto em honra do Senhor” (Ex 31,15). Jesus ampliou este mandamento movido por compaixão e permitiu no dia de sábado fazer o bem em vez do mal, salvar uma vida em vez de matar: “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado, de modo que o Filho do homem é senhor até do sábado” (Mc 2,27-28). O sábado, na Igreja cristã foi substituído pelo domingo, quando celebra a ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é chamado o dia do Senhor, ou domingo.
Será que guardo esse tempo para Deus?
No domingo e nos outros dias, bem como em dias de festa de preceito, com o devido respeito à liberdade religiosa e ao bem comum de todos, os cristãos devem assegurar um tempo destinado ao culto divino. A participação na celebração dominical é um testemunho de pertença, fidelidade à Cristo e à sua Igreja, esperança na salvação, e um momento de reconfortar-se mutuamente sob a moção do Espírito Santo. A adoração, a oração, o sacrifício, promessas e votos são formas de respeito sincero e atitudes que refletem a verdade que ilumina todos os homens e os eleva para Deus.